top of page

Estratégia que vai te fazer economizar numa obra

especificar revestimentos com maestria é para poucos e vamos te mostrar o porquê de você desenvolver essa habilidade indispensável na profissão.

Fonte: encurtador.com.br/cdeS6

Assim como Speancer Seabrooke precisou de equilíbrio para quebrar o recorde de caminhar sob o slackline de 290m de comprimento sem equipamento de segurança, você precisa desenvolver a habilidade de equilibrar os revestimentos de um projeto de arquitetura, porque qualquer deslize pode comprometer o seu trabalho e, até mesmo, fazer você ser acionado judicialmente por algum erro.   Nós, arquitetos, fazemos um verdadeiro malabarismo para equilibrar manutenção, estética, preço e performance do revestimento no ambiente. Tudo isso é para garantir a segurança, funcionalidade e também nos proteger ações judiciais, visto que existe a NBR 15575 de desempenho da edificação que especifica as responsabilidades do arquiteto, sendo a especificação uma delas. Sendo assim, a gente acredita que você não quer correr o risco de ser acionado judicialmente por falta de conhecimento ou por especificar algo errado, não é mesmo? 

Abordar aspectos de resistência de material, acabamentos etc. é algo que o cliente não faz ideia que existe, por isso esse é um bom argumento de venda, afinal esse conhecimento vai valorizar o seu projeto. Diante disso, como especificar corretamente para cada ambiente? Para começar, tem uma informação para vocês: porcelanato também é cerâmica. Porém se diferenciam em várias coisas, dentre elas:

  • Composição: a cerâmica é composta por 70% de argila, enquanto o porcelanato é 70% minerais pedrosos. A composição é a chave de diferenciação dos dois materiais, refletindo na performance, durabilidade e resistência do material. Como falado anteriormente, o porcelanato é cerâmica, porque ele também tem argila na sua composição (30% de argila).  A diferença de composição é refletida no preço do revestimento, onde o porcelanato é bem mais caro que a cerâmica. Dependendo do formato e modelo, chega a R$ 300,00/m² em outros casos, pode ultrapassar R$ 1.000,00 uma única peça.  Obs: o principal objetivo de se usar cerâmica na obra é para baratear a execução. A cerâmica tem resistência menor e é mais barata, logo podemos balancear o uso de porcelanato e cerâmica, até porque o baratear o projeto é algo que sempre precisaremos fazer. A jogada de mestre é saber onde colocar essa cerâmica para que ela não seja utilizada de forma errada e venha a quebrar ou dar impressão de baixa qualidade no ambiente.  

  • Temperatura: outra diferença significativa entre os dois revestimentos é a temperatura em que os dois são aquecidos. De um lado, a cerâmica é atinge a temperatura de 850ºC e o porcelanato atinge 1200°C. Isso significa que o porcelanato é mais resistente aguenta mais o impacto do que a cerâmica. O que a gente conclui: não é aconselhável usar cerâmica em pisos, porque aguenta menos o impacto. Se for usar cerâmica é aconselhável usar em paredes, porque não vai cair uma panela, uma cadeira ou qualquer coisa do tipo numa parede, né? Por medidas de segurança, usamos porcelanato em pisos com lugares com tráfego mais intenso. 

  •  Prensamento: o porcelanato é mais prensado, ou seja, tem um processo de compactação maior do que a cerâmica. O porcelanato também tem espessura maior do que a cerâmica. 

Agora vamos à diferenciação de acordo com o acabamento de corte da peça. Podemos ter o acabamento bold isso significa que tem um pequeno boleado nas bordas, sendo perceptível ao toque. Em contrapartida, também temos o acabamento retificado, ou seja, um acabamento reto. Com esse acabamento, o rejunte é quase imperceptível. Temos a impressão que o piso é uma coisa só. Por ser um material mais denso, o porcelanato sofre menos dilatação que a cerâmica. Com o porcelanato conseguimos rejunte de 1mm, 1,5mm e no segundo, podemos chegar a 5mm, 7mm… Visualmente, o porcelanato fica muito mais agradável e bonito (além de ser muito mais resistente).

Fonte: encurtador.com.br/gjlCL

Dica: como piso é muito fácil de sujar, aconselhamos o uso de peças maiores e que não necessite de muito rejunte, porque com o tempo e o uso, fica sujo e difícil de limpar. Por isso, procure utilizar peças maiores e com rejuntes mais finos (respeite sempre especificação do fabricante). Quer dizer que nunca posso usar cerâmica no piso? Também não é assim… tudo vai depender do ambiente e da função do projeto. Em alguns casos, você pode usar o piso cerâmico numa garagem, num banheiro, em lugares de baixo tráfego, sempre respeitando o PEI (vamos falar mais à frente). No que se refere a formatos, o porcelanato tem um leque bem maior do que a cerâmica. Essa variedade é garantida por causa da resistência do material, que permite ter peças maiores. Em alguns casos, pode chegar a 2.40x1.20m e em outros 1.20x0.15m, enquanto a cerâmica temos baixa variação de formatos, porque é mais fina e mais fraca.  No que se refere a acabamento de superfície, temos o polido liso e brilhoso, temos o polido liso e natural. Temos também o acetinado, que tem pouco brilho e temos o acabamento rugoso que tem sulcos bem marcados. Este último é um piso ideal para áreas molhadas, sendo que temos níveis de rugosidade.  Outra dica é evitar porcelanato na cor leite (muito branco) no piso, principalmente em locais que sujem com facilidade, como por exemplo numa cozinha. Se for muito claro, pode gerar muito incômodo um fio de cabelo no chão, deixando a pessoa neurótica com limpeza. Uma informação a mais para vocês. Vocês já ouviram falar de PEI? É um índice que especifica o uso da peça cerâmica para cada uso, de acordo com a resistência. Esse índice varia de PEI 1 a PEI 5. 

  • PEI 1 - tem uma resistência baixa. São indicadas para paredes. Podem ser utilizadas em piso de lavabos, porque tem baixo tráfego;

  • PEI 2 - tem resistência média. São indicados para quartos e salas residenciais. Nota: não é aconselhável em cozinha e entradas;

  • PEI 3 - resistência intermediária: é ideal para salas, cozinha e halls de entrada, sacadas e quintais. Não é recomendado para ambientes comerciais. 

  • PEI 4 - resistência alta: ideal para grandes circulação, interior de espaços comerciais, garagens de prédios;

  • PEI 5 - resistência mais alta de todas. Ideal para áreas externas, ambientes comerciais, pode ser usado em residências também.

Saber da diferenciação dos PEI’s e a respectiva utilização em cada área, proporciona o famoso malabarismo que nós fazemos. Não vamos colocar a cerâmica PEI 5 em toda a casa, porque é o mais caro, tampouco vamos colocar o PEI 1 em todos os lugares, por causa da baixa resistência. O conhecimento dos diferentes índices proporcionam maior equilíbrio de custos e isso é um fortíssimo argumento de venda. Só o arquiteto é capaz de fazer essas escolhas e combinação com exatidão.   Para maior clareza, a informação sempre vem especificada na caixa. Nós recomendamos que você faça sempre o que é especificado pelo fabricante, porque você se livra da responsabilidade se algo dar errado. Se ainda assim acontecer o pior, você está respaldado e quem responde por isso é o representante.  Por causa disso, nós batemos na tecla de deixar tudo documentado no projeto. Você tem que especificar de forma correta, porque o projeto é o documento que vai te proteger. Se você deixar tudo especificado de forma correta, você não terá problemas. Exemplo: imagine que você está especificando o projeto de reforma de uma casa. Você especificou o piso da sala de estar, jantar e varanda gourmet com um porcelanato de R$130,00 m². Para balancear, você pode especificar uma cerâmica PEI 4 na área externa, na lavanderia ou até mesmo na garagem. Esse é o jogo de cintura que você deve ter. Assim você garante a satisfação do cliente.  

1 visualização0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Como atrair clientes com um Projeto FAKE

Além de atrair clientes, você vai chamar atenção nas redes sociais, vai ter conteúdo para alimentar a página, vai ter render bonito, um layout bem resolvido e, de quebra, ainda vai alimentar seu portf

bottom of page