Esses são os 7passos que vão te ajudar a destravar quando tiver empacado no projeto de Arquitetura de Interiores. Já chega de ter aquela sensação de que não sabe pra onde correr ou que não sabe o que vem primeiro, porque não tem uma direção. Não dá pra continuar de qualquer jeito, porque assim fica tudo bagunçado e desordenado e você fica com um nó na cabeça! Abaixo, descrevemos cada uma das 7 etapas.
Para entender melhor, se liga no exemplo:
A cliente amarrou no Briefing que queria o quarto do filho cinza e azul. Então você já tem o Passo 1 definido. Esse elemento central ou cor de fundo que vai direcionar os outros passos. A partir daí, você vai definindo os outros elementos e seguindo a ordem proposta. Você pode ter optado por um piso vinílico (passo 2) porque quer deixar o ambiente mais aconchegante e confortável. Para criar um dinamismo no quarto, optou por um papel de parede de estrela (Passo 3) e para dar um charme, fez uma sanca no forro (Passo 4). A marcenaria na cor branca com detalhes madeirados deixa o ambiente mais leve (Passo 5). Escolheu um sofá-cama confortável, uma cadeira com design mais contemporâneo, desempenhando a função de quarto de criança (Passo 6). Para finalisar, escolheu os objetos decorativos que são o toque especial do projeto (Passo 7). Ninguém pode negar que um tapete, almofadas, cortinas e outras decorações não fazem a diferença no ambiente, não é mesmo?
Depois dessa breve explicação vamos aprofundar um pouco em cada um dos passos:
1° Passo: Definir o elemento central ou cor de fundo.
Pode ser um móvel de estimação, uma textura, o piso de madeira, um objeto de decoração que o cliente ama ou que ele quer que se destaque ou até mesmo quer reutilizá-lo na casa nova, por exemplo.
No caso de reformas, é muito comum o cliente nos procurar para dar um “up” e reaproveitar alguns móveis que já tem. Já vi casos que havia um sofá na cor azul petróleo e a dona era apaixonada por ele, porque era muito confortável e a cor era muito bonita. Com essa condicionante, desenvolvi o projeto tendo como elemento central o sofá, xodó da cliente. Ele foi a diretriz do projeto.
Em outro caso, desenvolvemos projeto onde a textura de cimento queimado era exigência do casal. Nesse primeiro passo, descomplique! Atenda o pedido do cliente. Se tem algum elemento ancorado, nós nos adaptamos ao gosto do cliente.
2° Passo: Piso
Existem inúmeros tipos de piso, mas aqui vamos destacar alguns mais comuns:
Porcelanato: existem vários tipos de acabamentos (polido, esmaltado, texturizado etc.) e formatos. O preço pode variar bastante de acordo com a marca e acabamento. É necessário um profissional qualificado para fazer um assentamento perfeito. Alguns porcelanatos são retificados e, se bem colocados, a junta fica praticamente imperceptível. Ele é um piso frio e tem alta resistência. É indicado para áreas molhadas, mas se atente para o acabamento. Se colocar um porcelanato liso no banheiro, pode correr risco de acidentes.
Vinílico: seu uso tem crescido no mercado por causa da praticidade. Pode ser aplicado piso sobre piso, desde que o piso anterior esteja em boas condições, isto é, não esteja fofo nem com peças faltando. É importante fazer uma fina camada regularizadora ou emassar os rejuntes para que não fiquem marcados. É um piso plástico, facilmente aplicado, tem várias texturas, sendo as madeiradas as mais populares. Ele é um piso lavável, porém não indicado para áreas molhadas.
Laminado: tem base de madeira, tem uma espessura maior. Sua instalação é feita por meio de encaixe das peças. É um piso muito aconchegante, ideal para áreas íntimas, como quartos e suítes. Como sua base é de madeira, não é indicado para áreas molhadas, porque ele vai tufar.
Madeira: é um piso mais caro, tem diversos formatos (parquet, espinha de peixe, tábua corrida). Também indicado para área social e íntima, pois é muito aconchegante, é intimista e aquece o ambiente com a textura. Assim como o piso laminado, não é indicado para áreas molhadas.
Cimento queimado: piso super em alta, porém tem que ser usado com cautela. Sua preparação é muito cara e demorada. Além de correr altos riscos de apresentar fissuras, porque o cimento queimado é uma fina camada que vem sobre o contrapiso. Existem texturas prontas que podem ser utilizadas e ao final aplicar uma resina para proteção. Eu gosto muito da textura, porém já tive experiências com piso de cimento queimado e confesso não gostei do resultado. Hoje, prefiro utilizá-lo na parede.
3° Passo: Parede
Papel de parede
Tecido para parede
Texturas: cimento queimado, marmorato, texturas em massa corrida
revestimento: diversos formatos e cores
Tinta: PVA, Acrílica (fosca, acetinada, semibrilho, lavável), Esmalte Sintético, Tinta Epóxi (piso e cerâmicas)
4° Passo: Forro
Gesso acartonado (sancas iluminadas, cortineiro, iluminação)
Placa de gesso
Madeira
PVC
5° Passo: Marcenaria
É indicado definir qual a textura que vai usar, visto que dependendo dos elementos anteriores, pode usar a marcenaria para aquecer o ambiente ou até mesmo trabalhar em detalhes como uma cava diferente ou um puxador mais discreto. Lembre-se que a marcenaria é um dos itens mais caros (talvez o mais caro) de uma obra. Apresente as melhores soluções sempre respeitando o bolso do cliente. É seu papel apresentar alternativas viáveis.
Loja de modulados
Marceneiro
Móveis planejados
Madeira maciça
6° Passo: Móveis soltos
Você vai listar todos os itens necessários para o ambiente desempenhar bem a função a que ele foi proposto. Exemplo: uma sala de estar e jantar precisa de sofá, poltrona, cadeira de aproximação, mesa lateral, Rack, mesa de centro, tv, buffet, cristaleira, mesa de jantar, cadeira de jantar, etc. (obs.: atente-se aos elementos indispensáveis)
7° Passo: Objetos complementares
São elementos que não impactam no desempenho da função de determinado ambiente, mas fazem toda diferença no conjunto final. São eles: tapete, cortina, vasos de decoração, abajour, quadros, porta-retrato, vaso com plantas, vasos decorativos, espelho etc.
Lembre-se que cada um tem uma maneira de projetar, essa é a nossa! Ter um processo sequencial é muito importante para você manter o padrão de qualidade dos seus projetos. Se você tem uma sequência, você se acostuma a seguir essa ordem, logo, o desenvolvimento do projeto se torna mais rápido, assim você pode conseguir um maior fluxo para o escritório e aumentar sua lucratividade. Esperamos que você faça bom proveito! e adapte à sua realidade o que for preciso.
P.s: o Briefing é quem manda e dá as diretrizes nisso tudo. Se você tem um bom Briefing, com certeza não terá dificuldades para desenvolver um projeto certeiro.